Há uns anos atrás, lembro-me de ver os Mundiais de atletismo e as provas da mesma modalidade nos Jogos Olímpicos e lembro-me de que as grandes esperanças dos portugueses eram depositadas nas provas de resistência: maratonas, 10.000 metros, 5.000 metros, etc. Com a naturalização do nigeriano Francis Obikwelu, tornámo-nos numa potência (se é que lhe podemos chamar isso...) dos 100 e 200 metros, onde já obtivémos algumas medalhas. Infelizmente, estes mundiais de atletismo que agora decorrem começaram com uma desilusão, ao vermos o "nosso" Francis ser desqualificado por falsa partida logo na 1ª corrida de apuramento para os 100m (vá Francis, não desanimes... eu também não queria perder para um americano chamado Gay...).
Mas nós portugueses conseguimos ter sempre alguma esperança (e estamos habituados a fazer contas, mas aí a culpa é do futebol). Hoje, Naide Gomes apurou-se para a final do salto em comprimento (com a melhor marca das eliminatórias). Hoje, Nélson Évora sagrou-se campeão mundial do triplo salto.
Nélson, de apenas 23 anos e que sempre é um pouco mais português do que o Obikwelu (nasceu na Costa do Marfim, filho de pais cabo-verdianos... que quando nasceram ainda era portugueses!), tem dominado o salto em comprimento e o triplo salto em Portugal nos últimos anos. Mas esta era a hora de dar o salto para o Mundo. Chegado aos Mundias com a 6ª melhor marca mundial do ano, obtida ainda o mês passado em Madrid (17,51m), disse alto e em bom português que não estava lá para brincar quando tomou a liderança do concurso com um primeiro salto a 17,41m. O único participante que conseguiu passar esta marca foi o grande favorito à vitória final, o brasileiro Jadel Gregório, com 17,59m (um verdadeiro salto de raiva). Mas nesta altura, já o Nélson tinha batido o seu recorde pessoal (e o nosso recorde nacional) com 17,74m, alcançando também a segunda melhor marca mundial do ano. De referir também: o Nélson fez 3 dos 4 melhores saltos desta competição.
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